Há pelo menos sete anos que o segmento de planos de saúde tem registrado crescimentos acima da média da economia brasileira. De 2003 para cá, foram agregados mais 13 milhões de consumidores ao sistema, que movimentou R$ 53,7 bilhões entre janeiro e setembro de 2010.
O ano passado apresentou o maior incremento na adesão de clientes da década, com um índice de 6,3% sobre 2009. Só no sistema de medicina de grupo, que reúne os planos privados de saúde, a receita do ano passado chegou a R$ 22,7 bilhões – avanço de 12% sobre o desempenho anterior. O sistema, que lidera o segmento no país com 34% dos usuários, registrou um gasto médio mensal de R$ 89,25 por beneficiário em 2009.
O presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), Arlindo de Almeida, sustenta que o crescimento médio das adesões aos planos de saúde nos últimos anos se deve em grande parte à inclusão da classe média.
O avanço do setor, segundo o dirigente, tem explicação no crescimento dos planos coletivos, vinculados a empresas ou a associações profissionais. Mesmo com o crescimento na demanda, Almeida não teme um colapso no sistema de atendimento dos clientes.
– É importante que as empresas se preparem para os momentos de pico. Talvez seja necessário credenciar mais médicos – recomendou. O avanço das clínicas populares também tem gerado descontos na realização de exames e de tratamentos de saúde em consultórios particulares. A Fundação Gaúcha de Radiologia e Ecografia (Fugare), por exemplo, cobra 35% a menos por uma ecografia, desde que o paciente tenha uma requisição do SUS.
Nas ressonâncias magnéticas, os descontos variam de 20% a 25%. Dependendo do exame solicitado, a economia pode passar de R$ 200. Na Irradial, o desconto chega a R$ 400 nas ressonâncias magnéticas feitas entre 19h e 21h, horário ocioso na clínica.
O valor corresponde a 55% do que é cobrado no horário comercial. Em Novo Hamburgo, a Vitta Assistencial oferece descontos de 50% em consultas médicas e de 20% a 40% em exames para os seus associados, que pagam mensalidade de R$ 19. A consulta nos 750 médicos parceiros sai em média por$40.
Fonte: Zero Hora – 06/02/11