Ao contrário do que se prevê para a economia do país, cooperativas de crédito de Minas Gerais não devem diminuir o ritmo de crescimento
Na contramão das previsões para a economia do país, que deve crescer de forma mais lenta, as cooperativas de crédito não devem reduzir o ritmo de expansão em Minas, podendo apresentar evolução ainda maior
O setor registrou incremento de aproximadamente 20% em relação a 2009 e a previsão é de aumento de 30% neste ano em relação a 2010. O segmento conquistou uma significativa fatia de mercado na crise mundial, absorvendo a demanda por crédito pessoal e microcrédito deixada pelos bancos, que priorizaram o socorro às grandes empresas durante o período. Após a recuperação da economia, as cooperativas conseguiram manter crescente a carteira de associados através da diversificação e flexibilização dos serviços.
"Apostamos em um novo nicho de clientes e a tendência é de que as opções de empréstimo e financiamento direcionados às microempresas sejam ainda mais elásticas e flexíveis nos anos a seguir", afirmou o presidente da Cooperativa de Crédito do Circuito das Malhas (Credmalhas), Tosyuki Akagui.
A cooperativa, sediada em Monte Sião, no sul do estado, atendia apenas empresas do ramo de confecções e vestuário. No entanto, uma pesquisa feita na cidade revelou que 90% dos empresários possuíam uma demanda por até R$ 30 mil em crédito, o que fez com que a entidade passasse a oferecer os serviços a empresas de outros segmentos, como bares, restaurantes e agronegócio.
Em 2010, a Credimalhas registrou incremento superior a 70% no volume de crédito disponibilizado, e deve fechar o ano com uma carteira ativa de R$ 14 milhões. O número de cooperados mais que dobrou no mesmo intervalo, chegando a cerca de 2 mil.
Apostando na crescente demanda por crédito pessoal, a Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Médicos e Demais Profissionais da Área da Saúde de Belo Horizonte e Cidades-Polo de Minas Gerais (Credicom), que é atualmente a maior cooperativa de crédito dos profissionais de saúde do Brasil, também desenvolveu um novo tipo de cartão de crédito. A opção é exclusiva para estudantes da área de saúde.
"Com o cartão de crédito universitário, adiantamos em seis anos a entrada dos cooperados, que antes só poderiam se associar à entidade após terem concluído a faculdade. Por conhecer as necessidades dos profissionais, disponibilizamos condições mais adequadas e flexíveis em todos os serviços. O cheque especial, por exemplo, é o único no país que oferece 14 dias sem juros", disse o presidente da Credicom, Samuel Flam.
A cooperativa, que possui sede e outras 19 unidades na Capital e mais 10 postos de atendimento espalhados pelo Estado, apresentou crescimento de 20% no volume de empréstimos e financiamentos em 2010 na comparação com o ano anterior. Na mesma base de comparação, a carteira ativa, que fechará este exercício com R$ 600 milhões, subiu 25%, o mesmo crescimento apresentado na carteira de empréstimos, que chegou a R$ 200 milhões. Para 2011, Flam acredita que a expansão total deve superar os 25%.
Já a Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Engenheiros de Belo Horizonte e Região Metropolitana (Engecred) deve apresentar aumento superior a 30% em 2011. De acordo com o gerente-geral, João Bosco Faria da Fonseca, o robusto incremento é esperado em função do forte aquecimento da indústria da construção civil.
"Apesar de trabalharmos com diversos ramos da engenharia, é a construção civil que impulsiona o movimento da cooperativa. As obras necessárias para a Copa do Mundo de 2014 e para as Olimpíadas de 2016 contribuirão para manter o setor aquecido, o que favorecerá os negócios da entidade", afirmou Fonseca. Em 2010, a Engecred registrou expansão de 25% em relação ao ano passado, com lucro líquido de R$ 1,4 milhão.
Fonte: Brasil Cooperativo - 06/01/11