O conceito de computação em nuvem já passou por muitas rodadas de discussão, mas executivos de TI ainda têm dúvidas quanto à tecnologia e sua implantação. Uma pesquisa realizada pela auditoria norte-americana Information Systems Audit and Control Association (ISACA), metade dos líderes de TI nos EUA desconfia da cloud computing.
Segundo o vice-presidente de pesquisas do Gartner, Daryl Plummer, é possível
começar a estratégia com algumas ações simples que darão aos gestores de TI uma
ideia mais clara sobre o caminho a ser seguido nas nuvens.
Em palestra realizada nesta terça-feira (13/4) na IX Conferência Anual de
Tecnologias Empresariais, em São Paulo, Plummer deixou claro que não há uma
receita a ser seguida quanto à estratégia de cloud. Cada caso é um caso. “As
empresas precisam encontrar o melhor meio termo entre a eficiência de custos, a
flexibilidade da nuvem e a confiança que conseguem depositar nos provedores de
serviços. Se não há confiança, não há como migrar”, observa.
É aí que entra a segunda discussão: nuvens públicas ou privadas? Para
Plummer, essa não deve ser a principal preocupação dos gestores de TI. O mais
importante, avalia o vice-presidente de pesquisas do Gartner, é garantir o
controle sobre o gerenciamento da infraestrutura contratada, sob o ponto de
vista de gestão, segurança e latência de dados. Confira as quatro passos
iniciais para as empresas aderirem à nuvem, segundo o especialista.
1 – Compare os custos atuais aos custos reais que sua
empresa terá com um fornecedor de cloud. Isso implica em analisar os diferentes
tipos de contrato e os riscos que eles envolvem. É possível fazer um paralelo
com o consumo de dados no celular: o cliente usa à vontade até atingir o limite
do plano contratado. Caso o ultrapasse, o megabyte adicional começa a ficar
muito caro. Com a cloud, um preço inicial muito barato pode sair caro ou
significar indisponibilidade de serviço.
2 – Eleja cargas de trabalho que podem ser colocadas
na nuvem e coloque-as em diferentes provedores de serviço. Esse passo é
fundamental para testar fornecedores e avaliar níveis de serviço e grau de
confiabilidade.
3 – Empacote algumas aplicações não-críticas e coloque-as na
nuvem. Mas é importante fazer um trabalho cuidadoso de avaliação e não
parar nas primeiras aplicações, elaborando um planejamento estratégico para
avançar paulatinamente.
4 – Teste uma plataforma de nuvem gratuita. Assim, a empresa
pode fazer testes em uma nuvem interna, obtendo imediatamente informações sobre
impacto, além de feedback interno na corporação.
Fonte: Computerworld - 13/04/10