Brasília - A taxa média de juros cobrados nos empréstimos bancários caiu para
34,9% ao ano, no mês de novembro, com redução de 0,7 ponto percentual na
comparação com o custo do dinheiro em outubro.
Essa é a taxa média mais baixa desde junho de 1994, quando o Banco Central
(BC) iniciou a série histórica de acompanhamento dos juros do sistema financeiro
nacional (SFN).
Os dados foram apresentados pelo chefe do Departamento Econômico do
BC, Altamir Lopes, ao divulgar o Relatório de Política Monetária e Operações de
Crédito do Sistema Financeiro.
Ele se mostrou confiante de que os juros continuarão em trajetória de redução
no ano que vem, por causa principalmente da gradativa queda do spread bancário
(diferença entre os juros que o banco paga na captação de dinheiro do cliente e
os juros cobrados na concessão de empréstimos).
Altamir Lopes disse que o cenário atual é de “mais facilidade de acesso ao
crédito”, que, segundo ele, retornou à normalidade anterior à crise financeira
internacional. Mencionou também a queda do spread bancário, de 26% para 25,1% na
comparação com outubro, além da “acomodação” da inadimplência, que caiu 0,1
ponto percentual no mês passado, com taxas de 3,9% nas operações com pessoa
jurídica e de 8,1% com pessoa física.
Segundo Lopes, “o que se espera para 2010 é um quadro de redução gradativa da
taxa de juros, por força de reduções do spread e da inadimplência”, apesar de
algumas modalidades de operações financeiras insistirem na cobrança de juros
altos, até mesmo com elevações de suas taxas, na contramão da movimentação
financeira como um todo.
É o caso das operações com cheque especial, cujos juros aumentaram de 160% ao
ano, em outubro, para 163,3% ao ano, no mês passado; ou do financiamento do
comércio varejista, que elevou os juros de 50% para 51,8% na mesma base de
comparação, quando se aproximava o final do ano, tradicional época de aumento de
consumo. Os juros para pessoa física foram compensados pela queda no crédito
pessoal, de 45,7% para 43,6%, e na aquisição de veículos, de 25,6% para
25,3%.
Nas operações com pessoas jurídicas, houve reduções nos juros cobrados nos
descontos de duplicatas (de 40,9% para 37,5%) e de promissórias (de 53,4% para
47,7%), bem como no capital de giro (de 31,1% para 29,1%). Em contrapartida,
aumentaram nas modalidades de empréstimo para aquisição de bens (de 15,4% para
16,4%) e nas operações de conta garantida (de 78,9% para 82,1%).
Fonte: Agência Brasil - 29/12/09