Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) atingiram R$ 100 bilhões entre janeiro de 2009 e a segunda
semana de outubro, recorde na história do BNDES. A indústria respondeu
pela maior parte das liberações, de R$ 50,2 bilhões, e a infraestrutura
por R$ 33 bilhões. O restante ficou dividido entre os setores de
serviços e agropecuária.
A marca de R$ 100 bilhões em desembolsos é conseqüência da forte
demanda do setor produtivo por crédito e resultado das medidas adotadas
pelo BNDES para facilitar o acesso aos seus recursos. Em 2008, a
expectativa era de que o valor fosse atingido apenas ao final de
dezembro deste ano.
De janeiro a setembro de 2009, os desembolsos do Banco somaram R$ 96,9
bilhões, alta de 58% em relação ao mesmo período do ano passado. A
indústria, que respondeu por 51% das liberações, registrou expansão de
97% na mesma base de comparação. Os desembolsos para o setor de
infraestrutura cresceram 32% e equivaleram a 33% do total liberado no
período.
Um dos destaques das estatísticas do Banco no terceiro trimestre é o
bom desempenho do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que
desembolsou R$ 7,7 bilhões em agosto e setembro. O PSI foi criado em
julho deste ano com o objetivo de ampliar o apoio ao setor de bens de
capital, à inovação, ao desenvolvimento da engenharia nacional e
melhorar o acesso ao crédito para as micro, pequenas e médias empresas.
O programa, que vigora até 31 de dezembro de 2009, opera com taxas
competitivas e reforça a atuação do BNDES como instrumento de estímulo
à realização de investimentos no Brasil. Também está em linha com as
ações em curso da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP). Os
desembolsos do PSI saíram de R$ 2,2 bilhões em agosto para R$ 5,5
bilhões em setembro, indicando o início da retomada dos investimentos
em máquinas e equipamentos, que apresentou forte demanda nas últimas
semanas. A carteira do programa, incluindo operações contratadas,
aprovadas, em análise e em consulta, já soma R$ 13,6 bilhões.
Também contribuíram para o desempenho recorde de 2009 o apoio do BNDES
ao programa de investimentos da Petrobras, de R$ 25 bilhões, e aos
setores de energia elétrica, transportes (fabricação e montagem de
veículos automotivos, embarcações, equipamentos ferroviários e
aeronaves), que somaram R$ 17,4 bilhões. Nos nove primeiros meses de
2008, os desembolsos para transportes haviam sido de R$ 6,7 bilhões. Ou
seja, de um período para o outro a aceleração foi de 160%.
Desempenho no ano – As estatísticas registradas nos nove
primeiros meses de 2009 devem-se à continuidade dos financiamentos a
projetos de investimento; à ação anticíclica do Banco, que atuou com
medidas para estimular o crédito em um momento marcado pela retração.
As aprovações entre janeiro e setembro totalizaram R$ 113,6 bilhões,
aumento de 47% em relação ao mesmo período do ano passado. As consultas
para novos investimentos e os projetos já enquadrados no BNDES
atingiram, pela ordem, R$ 171,2 bilhões (alta de 30%) e R$ 141,6
bilhões (alta de 22%).
Os números sinalizam a continuidade da expansão dos financiamentos do
Banco em 2010, já que indicam forte demanda nos setores da indústria,
infraestrutura, agropecuária e comércio e serviços.
Os desembolsos para o setor industrial atingiram R$ 48,8 bilhões,
equivalentes a alta de 97%. Os projetos de infraestrutura receberam R$
31,5 bilhões, aumento de 32% ante igual período do ano anterior. As
aprovações também mantiveram ritmo acelerado. Para a indústria, a alta
foi de 52%, totalizando R$ 56,1 bilhões. Em infraestrutura, o valor
aprovado atingiu R$ 38,0 bilhões, com expansão de 40% em relação aos
nove primeiros meses de 2008.
Desempenho em 12 meses – O BNDES também apresentou estatísticas
recordes nos últimos 12 meses encerrados em setembro. Os desembolsos
somaram R$ 128,0 bilhões, alta de 52% em relação aos 12 meses
anteriores. As aprovações, de R$ 157,5 bilhões, cresceram 36%; os
enquadramentos, R$ 180,7 bilhões, expansão de 16%; e as consultas, que
atingiram R$ 215,4 bilhões, tiveram aumento de 25%.
Fonte: BNDS - 22/10/09