O sistema de supervisão bancária e financeira adotado no Brasil é considerado
pelo Fórum Econômico Mundial como o “mais eficaz do mundo”.
O relatório
anual sobre desenvolvimento financeiro, divulgado nesta quinta-feira pela
entidade, traz o país em primeiro lugar nesse quesito, ao lado de Suíça e
Hungria. Ao todo, 55 economias foram analisadas.
De acordo com o estudo,
a recente crise financeira "enfatizou a importância da regulação do sistema e
dos impactos que as falhas nesse quesito podem ter sobre a economia
real".
O relatório diz que o poder de supervisão oficial inclui, por
exemplo, "a habilidade de um país em declarar a insolvência de instituições
financeiras, de reestruturá-las e de adotar medidas corretivas de forma
rápida".
O país também foi bem avaliado em vulnerabilidade externa (12º
lugar), dívida externa (3º) e estabilidade da moeda
(3º).
Ineficiências
Apesar do bom desempenho em
supervisão bancária, o Brasil apresenta resultados abaixo da média na maioria
dos quesitos analisados. Na média geral, o país ficou em 34º lugar, subindo seis
posições em relação ao ano passado - o melhor desempenho no período.
Os
líderes do ranking deste ano são Grã-Bretanha, Austrália e Estados Unidos "que
ainda apresentam o melhor ambiente institucional financeiro do mundo, apesar de
terem gerado a recente crise". A Venezuela aparece em último lugar no ranking
geral.
Os autores do estudo ressaltam que o Brasil permanece
"relativamente fracos” no que diz respeito a questões regulatórias e legais (49º
lugar), ao alto custo de se manter um negócio (43º), ao desenvolvimento de
capital humano (42º) e à confiabilidade de seus políticos (52º).
Além
disso, o Brasil aparece em último lugar no ranking que avalia a eficiência de
cobrança de impostos nos 55 países.
O relatório diz que o
desenvolvimento financeiro de um país tem "forte ligação" com o desenvolvimento
sócio-econômico.
Segundo os autores, o ganho real dos brasileiros, entre
os mais pobres, poderia ter crescido a uma média de 1,5% por ano no período de
1960 a 1999, se o país tivesse atingido o mesmo desenvolvimento financeiro da
Coreia. Nesse período, a renda média cresceu 0%, de acordo com o relatório.
Fonte: Estado de Minas - 09/10/09